Dias de "cientista" #1º
- "Linspector", Bianca
- 7 de set. de 2016
- 3 min de leitura
Experiência 1/A: Expectador da vida.
Você já parou pra observar o que acontece à sua volta? Talvez já, mas muito rapidamente, correto? Bom, vou explicar como funciona isso e algumas coisas que aconteceram durante esses testes que talvez faça você começar a ser mais atento ao mundo em que você vive, e (provavelmente) à falar menos e ouvir e observar mais...
xx/xx/20XX
Duas semanas, dois dias, nove horas e cinquenta e oito minutos após o início do ano letivo. Eu estava em um colégio novo, com uma turma nova, sem amigos, nem conhecidos, nem ninguém que eu tivesse o bel prazer de conversar ou debater. Então, assim como eu estava fazendo todos os dias da semana desde o primeiro dia, fui à cantina, comprei o mesmo bolinho de sempre, subi as escadas e sentei na bancada olhando para o corredor com os fones de ouvido no volume máximo e o capuz azul-escuro do meu velho casaco escondendo a maior parte da minha juba loira escuro, cuja franja escondia praticamente metade do meu rosto. Fiquei ali, sentada com um dos meus estranhos passatempos prediletos: observar essa coisa estranha que chamamos de humanidade. Pra não ficar enrolando muito, assim que eu terminei de comer e estava prestes a tirar o celular do bolso, passou por mim uma figura de beleza incomparável.
Eu praticamente travei, fiquei olhando aquele anjo passar por mim enquanto eu a olhava boquiaberta. Seu sorriso, era lindo, seus olhos eram como pérolas negras, com todo um universo de beleza e profundidade, seus cabelos vinham de um azul mais claro até se esconder num roxo escuro. Tudo isso só tive o prazer de admirar por segundos, já que ela se foi, e eu não sabia seu nome, idade ou turma.
Graças a essa mania estranha descobri o que é se apaixonar à primeira vista. E foi assim também que conheci meu primeiro amor que chegou a dar certo. Não, não é o citado nessa história, e sim outro, mas... isso não vem ao caso. O caso é: Talvez, só talvez você possa querer testar esse experimento também, isto é, se assim como eu você for um lobo solitário ou estiver sob alguma depressão. Bom, vou lhe mostrar o passo a passo para fazê-la "corretamente" (não existem erros na forma como percebemos o mundo, então não se preocupe, o que for pra ser será.).
Primeiro: fique sozinho. Pode se sentir estranho no começo, pode achar que as pessoas estão te olhando feio, pode achar qualquer coisa, mas fique sozinho. É crucial que ninguém que você conheça esteja por perto, porque além de ele acabarem atrapalhando o resto das instruções, você vai acabar ignorando-os em algum momento, o que seria muita sacanagem de sua parte.
Segundo: fique confortável. Não se preocupe com o que vão comentar de você ou o que você mesmo pode acabar pensando de si. Apenas fique confortável. Coma algo se quiser, beba alguma coisa, desde que não leve álcool tudo bem, mantenha-se com mente sã.
Terceiro: Observe as pessoas à sua volta com calma, não precisa olhar todas, mas... ao menos tente fazer com que elas não sejam apenas sombras no seu caminho. Observe suas particularidades, seus comportamentos, suas expressões...
Quarto e último: Agora continue observando mas com a seguinte pergunta em sua mente: Quando você está frustrado, ou decepcionado, ou triste, ou feliz até demais da conta e quer descontar em alguém o que você está sentindo... você já parou pra pensar que enquanto pra você hoje pode ser um dia especial e pra outros é só mais um dia quotidiano, chato e inútil... ou estão sentindo exatamente o oposto de você? Pense nisso, porque quando eu me perguntei isso a primeira vez, me toquei do quanto posso ser insignificante e ao mesmo tempo uma pequena bomba nuclear que pode mudar o humor de alguém.
Então... é isso... pensem nisso... aquele abraço no maço do cangaço, falou!

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